Vitral
O vitral é composto de peças de vidros coloridos, visando fins decorativos ou de iluminação. Basicamente a fabricação do vitral requer dois estágios: o projeto e a preparação do vidro. O primeiro estágio remete ao desenho em escala real, com o estudo das cores e do tema – cenas representadas ou abstrações, além da definição das dimensões de cada peça. Após especificar as áreas e os formatos que serão ocupados pelo vidro e pela trama (latão, chumbo ou cobre) que unirá cada pedaço, o projeto segue para o segundo estágio da preparação do vidro, que requer o corte preciso. Nos tempos medievais, os artistas usavam uma haste para partir o vidro, mas atualmente são utilizados roletes de ligas de diamantes com alta rigidez. É importante que cada pedaço de vidro receba uma numeração, para que todos sejam reunidos como em um quebra-cabeça no final do projeto.
Nos vitrais das primeiras igrejas românicas e góticas, a cor era obtida pela adição de elementos como bismuto, cobalto, ouro ou cobre à massa de vidro em fusão. O impacto sensorial que contagiaria todos os presentes não passou despercebido ao clero medieval, que queria fortalecer a importância simbólica e mística da luz. Por esse motivo, os temas bíblicos nos vitrais coloridos que filtravam a luz foram largamente utilizados durante o período medieval. Mas não tardou muito para que essa técnica fosse adotada também na vida civil, nas casas, nos castelos, ou até mesmo no lar de operários e artesãos menos abastados.
Hoje em dia, além das variáveis obtidas naturalmente pela coloração do vidro, tintas aplicadas e alterações de temperatura promovem transformações significativas na aparência do vitral. Outra técnica possível remete à aplicação de um material denominado plaquet entre os vidros, conferindo-lhe um aspecto mais robusto. No entanto, alguns artesãos ainda buscam os métodos originais de produção para elaborar temas que não remetam tão especificamente ao misticismo ou à religiosidade, buscando em maior escala a aplicação decorativa.