Barrocos do norte europeu

Nos países do norte da Europa – Flandres (norte da Bélgica), Países Baixos (Holanda), Alemanha e Áustria principalmente, as tendências barrocas consideram uma pintura que realça os valores pictóricos, explorando as manchas de cor e os efeitos de luz e sombra, em função da visão dinâmica do espaço. A profundidade é criada através de uma luminosidade diagonal que realça o movimento e a ressonância isolada da luz. Em Flandres, as figuras não se fixam nos contornos, o que facilita aos pintores o fluxo da imaginação. Ao mesmo tempo, as formas obscurecidas e diluídas recusam um ponto central, ao criar um equilíbrio oscilante que não destaca as figuras umas das outras. Desse modo, unem-se as figuras em um jogo de sombras difusas, expandindo-se além do objeto e confundindo-se com a obscuridade ao redor.

Esses países do norte, que não se preocupam com os valores de beleza tão decantados pelos seus colegas italianos, desprezam o acabamento em função da veracidade dos personagens retratados. Como no caso do pintor Rubens, quadros alegóricos (religiosos ou mitológicos) expressam ideias ricamente elaboradas, detalhadas e muito coloridas. Paisagens, retratos, pinturas de gênero e naturezas-mortas definem a autonomia do artista perante os temas encomendados pela nobreza e pelos diligentes da igreja católica. Em função dessa liberdade conquistada, o artista passa a enfrentar a opção da venda dos seus quadros para um público que, aos poucos, começa a constituir o mercado de arte.

Dentre os pintores holandeses destaca-se Rembrandt van Rijn, que nos deixa o registro da sua vida em autorretratos que vão desde o tempo da juventude até a morte. Impressiona a habilidade com que o artista é capaz de sugerir pictoricamente o brilho e a textura dos objetos e dos tecidos sem ser teatral, apesar da força dos contrastes que utiliza. Ele, como Durer, é concomitantemente pintor e artista gráfico, utilizando a técnica da água-forte que permite um trabalho mais livre e rápido do que aqueles realizados com buril.

Dentre os artistas de naturezas mortas destacamos Willem Kalf. Por sua vez, o holandês Jan Vermeer inclui seres humanos e naturezas mortas em telas simples e despretensiosas, que conjugam suavidade e precisão de formas e cores nos quadros.

Vídeos

Peter Paul Rubens, A Elevação da Cruz, 1610.
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Rembrandt van der Rijn.
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Johannes Vermeer.
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