Românticos

O pensamento iluminista que impulsiona a Revolução Francesa, baseando-se no lema: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, enaltece a razão, sem desvalorizar os sentimentos e a imaginação. Exemplo disso, após um período mais próximo das convenções acadêmicas na arte surge outra vertente que enfatiza a subjetividade e a emoção. Nessa época, o pintor Francisco de Goya, que no princípio retrata as personalidades da corte espanhola e as cenas cotidianas, antecipa as questões românticas na pintura ao registrar os horrores da guerra e os monstros que revelam o avesso do pensamento racional.

Quando finalmente se firma um estilo romântico, na passagem do século XVIII para o XIX, enraizado em Michelangelo, acrescenta-se um conteúdo subjetivo aos acontecimentos representados pelos pintores clássicos, privilegiando os feitos heroicos e ambientes imaginários que favorecem, em certa medida, a liberdade da forma frente às convenções.

O pensamento romântico valoriza a natureza e exalta os impulsos “primitivos” do ser humano, incentivando o desejo de evasão dos europeus em direção às terras desconhecidas. Ocorre na pintura romântica uma aproximação com as formas barrocas, preservando a composição em diagonal, a instabilidade e a dinâmica do claro-escuro, em função da dramaticidade dos temas expostos no plano da tela. Dentre os mais importantes pintores românticos citamos Eugène Délacroix, cujas obras são marcadas por um forte comprometimento político.

Na Alemanha, em oposição à tradição iluminista, o movimento Sturm und Drang acentua o caráter espiritualista na pintura, antecipando o romantismo do pintor Caspar David Friedrich, que reforça melancolicamente nos seus quadros a solidão diante da natureza inóspita, própria dos países do norte europeu.

Outro movimento surge com Jean-Baptiste Camille Corot, que abandona o academicismo e se volta para as pinturas de paisagem, reproduzindo com realismo cenas rurais bem construídas e ricas em gradações tonais. Também devemos mencionar a importância do pintor francês Gustave Courbet, que rompe com as tendências idealistas clássicas e românticas do século XIX, ao perceber uma realidade desprovida de poesia e desatrelada dos valores clássicos. Considerado o criador do realismo social na pintura, Courbet busca nos temas da vida cotidiana denunciar uma ordem social que considera injusta, manifestando sua simpatia pelos trabalhadores, em contraste à opulência burguesa vigente.

Em relação à arquitetura romântica recupera-se a fonte de inspiração em vários estilos históricos, especialmente na arquitetura medieval gótica e românica, além do gosto pelo exotismo das construções islâmicas e dos pagodes orientais. Dentre os princípios da arquitetura romântica citamos a irregularidade espacial e volumétrica, a organicidade das formas e os efeitos de luz, estimulando os sentidos e a imaginação. No contexto político e cultural a tendência escapista se explica por vários motivos: pelo nacionalismo emergente que valoriza as tradições, pela decepção com a construção dos prédios industriais e operários que enfeavam as cidades, e pela necessidade de liberação frente à rígida moral do velho continente.

Opondo-se à tendência historicista, na França o arquiteto Viollet-Le-Duc percebe as possibilidades do uso do ferro e do vidro, voltando-se para a criação de novos espaços abertos e arqueados. Surge assim a arquitetura do progresso, que logo favorece o transporte e a execução modular em baixo custo, expandindo-se com rapidez por toda a Europa.

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Romantismo I.
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Romantismo II.
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Romantismo no Brasil.
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Francisco de Goya I.
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Francisco de Goya II.
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Eugene Délacroix I.
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Eugene Délacroix II.
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Auguste Rodin no atelier.
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Auguste Rodin.
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Museu Rodin.
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