Expressionistas e Fauves
O Expressionismo nasce da influência de vários pintores, dentre eles: Vincent Van Gogh, que explora o sentido da cor, rompendo com a perspectiva; Paul Gauguin, que com seus arabescos amplia os horizontes da arte europeia; Toulouse Lautrec, que enfatiza a maleabilidade do desenho; Paul Cézanne, que apreende o sentido da composição espacial; e James Ensor e Edvard Munch, que prezam a dramaticidade nas obras.
Apesar de ter havido vários movimentos de cunho “expressionista” na história da arte, denomina-se expressionista a arte alemã do início do século XX, vinculada a duas vertentes: a primeira relacionada ao movimento Die Brücke (“A Ponte”,), que surge em Dresden (1905/1913), e a segunda vinculada ao grupo der Blaue Reiter (“Cavaleiro Azul”), criado em Munique (1912).
Transparece na arte expressionista o momento conturbado pelo qual a Alemanha estava passando na virada do século XIX, graças às disputas internas, à crescente urbanização, e às mudanças ocasionadas pelo desenvolvimento industrial. Com a firme intenção de superar o caráter sensorial dos artistas impressionistas franceses, os expressionistas alemães privilegiam a introspecção e a gênese do ato artístico, visando impactar emocionalmente o espectador.
O Die Brücke – cujos principais artistas são: Kirchner, Heckel, Nolde, Schimidt-Rotluff, Muller e o escultor Barlack – explora a subjetividade e a condição existencial do ser humano. O gesto do artista, que veicula e libera o sentimento na tela, é visível nas pinturas sobrecarregadas e densas, com cores fortes e contrastantes. De acordo com o exemplo de Gauguin, nas telas expressionistas a cor pode ser usada independentemente da sua relação com o real. Os artistas do Die Brücke mostram a vida cotidiana através de crônicas, tratando as figuras de modo quase caricato. A influência da xilogravura também se faz presente nos contornos exagerados, realçando a falta de solidez e a pouca profundidade das figuras.
No grupo Blaue Reiter (1912), Kandisnky, Marc, Macke e Klee defendem a liberdade do artista e um modo próprio de expressão que pode variar do real ao abstrato. A abolição definitiva do tema na tela deve-se a Kandinsky, em 1910. A partir desse momento, o artista justifica todo um sistema visual de correspondências abstratas, entremeando espiritualidade, forma e cor nos seus quadros, podendo adquirir um caráter informal e/ou geométrico.
Paralelamente à arte expresssionista alemã, surge na França um movimento denominado Fauvismo, ou Fovismo (1904/07). O nome vem de “fauve”, fera ou selvagem, em francês. Do movimento fazem parte os pintores: Matisse, Marquet, Dufy, Braque, Derain, Vlaminck e o escultor Maillol.
Os fauves caracterizam-se principalmente pela exaltação da cor pura em composições decorativas. Os artistas do movimento fauve deformam plasticamente as figuras, desprezam o acabamento e reduzem ao mínimo os elementos pictóricos nas suas telas. Especialmente na pintura de Matisse, as manchas de cor em esboços rápidos e traços simplificados unificam a superfície pictórica em um só plano. Desse modo, as cores reagem umas às outras, alterando a sensação de profundidade espacial de modo contraditório para o espectador.