Surrealistas
O movimento surrealista (1924) tem um sentido mais positivo que o Dadá, ao tentar reconstruir um sentido para a vida a partir das ruínas produzidas pela guerra. Sem dúvida as descobertas de Freud no campo da Psicanálise causam um grande impacto nos artistas surrealistas. Os trabalhos relativos aos sonhos e à teoria do inconsciente constituem fonte de extrema importância para a estruturação do movimento, pautado na “escrita automática” e nas sessões de hipnose, contrariando as regras da razão, bom gosto, lógica e moral. Ao privilegiar o acaso, os encontros imprevistos, os acontecimentos fortuitos e a presença de um componente mágico/poético, o Surrealismo em última instância deseja a liberdade do espírito humano nas suas múltiplas vertentes.
A linguagem técnica do cinema, da colagem, da fotomontagem e da escrita automática é elaborada considerando a espontaneidade que escapa dos princípios racionais. As imagens poéticas, bem como os signos e os objetos, remetem ao exagero, ao universo onírico, à conotação sexual e à busca de beleza, emoção e magia das coisas. Qualquer tentativa de explicação racional dessas imagens resulta em um empobrecimento evidente do seu conteúdo poético.
Em Miró e Masson, o “automatismo psíquico” privilegia os desenhos feitos à pena e à tinta, fazendo surgir imagens do inconsciente a partir de referências textuais e visuais. Os desenhos tanto emergem espontaneamente quanto em vigília. O método de frottage é também utilizado pelos surrealistas, através do decalque de texturas em folhas de papel de onde surgem imagens aleatórias, posteriormente elaboradas pelos artistas.
As telas perturbadoras de Salvador Dali, de um realismo minucioso e ilusionista, valem-se do recurso do trompe l´oeil, reforçando alucinações e enigmas. No entanto, Dali retoma a técnica da perspectiva e da representação já abandonada desde as experiências cubistas (1911-14) que lidam com a abstração.
Dentre outros artistas do movimento surrealista citam-se: Breton, Éluard, Max Ernst, Man Ray, Arp e Tanguy.