Gravura

A gravura trata da transferência da imagem de uma matriz para outro suporte, seja ele papel, plástico, metal ou tecido, permitindo a reprodução de um único desenho em várias cópias. O material das matrizes também varia, entre madeira, metal, pedra ou tela. A partir da criação do desenho é relevante a perícia na gravação e a multiplicação fiel das várias unidades impressas.

São três as etapas envolvidas na gravura: a primeira consiste na transferência do desenho através de instrumentos para a matriz; na segunda etapa, a matriz é entintada para que as cópias sejam impressas; e, na última etapa, a impressão ocorre através de um processo manual ou de uma prensa. As gravuras impressas quase sempre são numeradas e assinadas, compondo uma edição restrita – tiragem – de acordo com o autor do desenho original.

O desenvolvimento da gravura foi muito importante para a circulação de informações no Ocidente, especialmente a partir do século XV, quando o papel ficou mais acessível. Nessa ocasião, a xilogravura e a gravura em metal foram os métodos de impressão mais utilizados pelos impressores. Só no século XIX a técnica da litografia foi plenamente desenvolvida, sendo utilizada em cartazes e anúncios de produtos. As gravuras em madeira no Oriente – China e Japão – desde muitos séculos serviam a um propósito distinto àquele das imagens no Ocidente, relacionando-se mais especificamente à impressão e distribuição de textos sagrados.

Nos dias de hoje, a tecnologia alçou o processo de reprodução a um novo patamar, permitindo a qualquer pessoa que tenha um computador e câmera digital reproduzir “originais”. A partir desta constatação, os artistas procuram maneiras cada vez mais criativas de produção, agregando técnicas, materiais, ou até mesmo intercedendo manualmente no projeto inicial.

Xilogravura

A xilogravura é uma antiga técnica de impressão de figuras e textos sobre o papel ou outro suporte. A madeira entalhada, que funciona como uma matriz, serve para a transferência das imagens gravadas para o suporte. O primeiro passo é lixar bem a madeira, para logo depois começar o desenho da imagem. O entalhe deixará em alto relevo, como um carimbo, o desenho que será impresso no papel. Em seguida coloca-se a tinta na madeira e, logo depois, ocorre a fase da impressão com o suporte sobre a mesa e a matriz por cima dele.

Serigrafia

A serigrafia, também conhecida como silkscreen, consiste na impressão do desenho gravado em uma tela, através da tinta vazada pela pressão de um rodo ou puxador. A passagem do desenho para a tela metálica, ou feita de nylon, pode ocorrer pela sensibilização química através da luz.  Quando o desenho é gravado na tela, deixa passar a tinta através dos pontos escuros, uma vez que os pontos claros estão vedados pela emulsão endurecida pela luz. O processo mais artesanal do silkscreen investe na vedação de partes da imagem por máscaras na tela, que impedem a passagem da tinta para o papel. Por ser uma técnica que permite a impressão de vários materiais, sejam eles papel, tecido, plástico, borracha, vidro ou metal, ela é muito utilizada em camisas, posters, rótulos, papéis de paredes, entre outros. Além disso, a impressão pode ser realizada tanto em escala doméstica quanto ou em escala industrial, através de máquinas bem sofisticadas.

Litografia

A litografia envolve o processo de desenhar com o auxílio de um crayon, ou lápis rico em gordura, sobre uma placa de pedra porosa. Essa técnica de impressão, ao contrário da xilografia ou da gravura em metal que depende de incisões na matriz, baseia-se na repulsão da tinta pelas substâncias gordurosas. De uso largamente difundido no século XIX, até hoje a litografia é utilizada na impressão de documentos, jornais, cartazes, mapas e rótulos que envolvam suportes como papel, plástico, madeira e tecido.

Água forte

Trata-se do processo de gravação de uma imagem pela ação de ácidos em uma superfície metálica revestida com um verniz de proteção. Com o auxílio de um buril, que provoca sulcos no verniz do suporte metálico à base de ferro, zinco, cobre ou alumínio, o desenho vai surgindo sem arranhar ou danificar o metal, apenas possibilitando a ação do ácido onde a tinta será colocada. Este processo pode ser repetido inúmeras vezes e, em cada uma delas, é possível gerar traços leves que permitem tonalidades diferentes, graças ao tempo de mergulho no ácido. A saber, o transporte da imagem também pode ser realizado através de impressão fotográfica.

Agua tinta

A água tinta é também um gênero de produção de matrizes a partir de processos químicos. Contudo, seu objetivo é centrado na técnica de obter diferentes tons na gravura em metal, a partir de algum tipo de resina e uma placa de ferro ou zinco. A placa será pulverizada com a resina escolhida e em seguida aquecida, o que faz fundir a mistura na placa. Após o término do aquecimento e a fixação da resina, o artista esperará um tempo até esfriar. Depois que retira a placa da grade e a coloca sobre um jornal é que define os tons que deseja para o trabalho. Importante ressaltar que quanto maior o tempo de corrosão, mais o contraste entre os tons será alcançado..

Batik

O batik é uma técnica largamente utilizada em países orientais, principalmente a Indonésia  e o Japão. Baseia-se em desenhar à mão, com o auxílio de um pequeno instrumento cilíndrico feito normalmente de cobre cheio de cera líquida, o suporte que se deseja pintar – tecido, papel ou couro.  Depois de a cera aplicada secar, ela veda o local em que a tinta será aplicada. Para o tingimento, quase sempre são utilizados corantes à base de madeira e especiarias, sem descartar o uso da tinta industrial. Um tecido para ser pintado com cores diferentes necessita que as áreas não pintadas sejam vedadas, permitindo que o processo se repita quantas vezes forem necessárias.

Vídeos

Batik. Indonésia.
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Batik, processo.
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Litografia.
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Litografia, processo.
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Xilogravura, processo.
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Gravura em água forte e água tinta.
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