Fotografia
Na década de 1840, uma nova técnica – que consiste na captura de imagens projetadas pela luz através de uma câmera, e na gravação dessas imagens em uma superfície sensível – iria revolucionar o mundo das artes. Embora ainda levasse um século para ser aceita como manifestação artística, os primeiros daguerreótipos chamaram a atenção e a curiosidade do público pela possibilidade de suplantar a arte representacional, até então considerada atributo exclusivo da pintura.
Apesar de a sua origem remontar aos chineses, a reprodução de imagens através de um aparelho óptico que se utiliza da luz (câmera escura) foi amplamente utilizada pelos artistas renascentistas no século XVI. Curiosamente, até o século XIX tudo o que a câmera reproduzia se assemelhava à pintura, fossem retratos, paisagens, cenas da vida urbana ou elementos da natureza. Graças à aceitação do público, os artistas começariam a explorar criativamente essa técnica, investigando os efeitos da luz, do movimento, dos ângulos e das imagens.
Mesmo com os processos digitais contemporâneos, continua sendo necessária a posse de uma câmera – instrumento que forma a imagem, bem como o uso do cartão de armazenamento, substituindo o filme fotográfico – como dispositivo de gravação dessa imagem. Pois é através da câmera que o fotógrafo controla o resultado do objeto fotografado, considerando o enquadramento, posicionamento, foco, distância e quantidade de luz. Na prática, o uso fotográfico se expande para o registro de memórias, para fins de identificação ou para investigações científicas. Isso tudo graças à precisão técnica, bem maior que a do olho humano, permitindo registrar tudo aquilo que nos escapa, inclusive as dimensões do micro e do macro.
Assim como o desenho, a fotografia oferece um registro visual de observações, mas sem depender do artista para copiar a imagem projetada dentro da câmera. Ao capturar a realidade instantaneamente, a imagem fotográfica pode reinterpretá-la. No registro das obras efêmeras, ou como forma de arte em si, a fotografia é um instrumento cada vez mais utilizado pelos artistas contemporâneos em obras que eventualmente podem se conjugar a outras técnicas.
Fotograma
O fotograma é uma imagem direta que prescinde de câmera fotográfica. Essa imagem é obtida através da exposição à luz de objetos bi ou tridimensionais, colocados sobre um papel fotossensível. Em princípio, essa experiência visa à investigação e à experimentação dos fenômenos luminosos. Apesar de parecer simples, necessita da habilidade do artista em captar as distorções, contrastes e gradações de luz e sombra manifestas na imagem. Por permitir que as imagens capturadas não se aproximem da realidade conforme nós a percebemos, o fotograma é, e foi, muito utilizado como expressão criativa do processo fotográfico, representando de um mundo sem comparação com aquele capturado pela câmera fotográfica.
Fotomontagem
Desde a invenção da fotografia e do desenvolvimento de outras tecnologias, o campo das artes visuais expandiu suas possibilidades e modos de manifestação. A fotomontagem, que é uma arte baseada em edição de imagens, na verdade cria uma nova imagem através da união de várias fotos já existentes. Para isso existem diversas técnicas. A colagem, por exemplo, muito utilizada por cubistas e dadaístas, consiste basicamente no recorte de imagens já reproduzidas em jornais e revistas, remontadas de acordo com a intenção do artista. Na arte Pop o mesmo ocorre com imagens reproduzidas do cotidiano ou relacionadas ao mundo do consumo. Hoje em dia, com a introdução de computadores, de softwares específicos e de scanners, a prática da colagem e da fotomontagem fica muito mais fácil e acessível, podendo inclusive acrescentar efeitos e colorações às imagens criadas.