Cubistas

O Cubismo (1907/14) é, em parte, resultado da reação a várias vertentes de pensamento, vigentes no século XIX e no XX. Dentre elas: o Romantismo de Delacroix; o apelo sensual do Impressionismo; e o uso das cores dos fauves, cujo lirismo é rejeitado em favor das formas geométricas. Ao refletir sobre o espaço de Cézanne e sobre as esculturas africanas, Picasso lança as bases do movimento cubista no polêmico quadro “Les Demoiselles d’Avignon” (1907), no qual as formas são reduzidas ao essencial, sem a preocupação em definir o belo ou o feio nas figuras. Principalmente na mulher agachada à direita do quadro, a última a ser pintada, Picasso promove uma síntese ótica que resultará no principal foco das suas experiências durante o período cubista.

Na primeira fase do Cubismo (1907/1912), denominada Analítica, Picasso e Braque trabalham juntos, afirmando a ausência de profundidade e a indistinção entre figura e fundo nas telas. Os objetos decompostos em múltiplas visões, posteriormente reagrupados, atestam outra relação de espaço-tempo que permite visualizar vários pontos de vista e valorizar os volumes de forma bastante realista.

Os temas dos quadros cubistas são: instrumentos musicais, naturezas-mortas ou objetos do dia a dia, todos fragmentados como em um caleidoscópio. Também pode ser acrescida a matéria de outros elementos aos quadros, tais como o jornal ou o tecido, que passam a ocupar o lugar dos objetos. A cor, quase inexistente, cede lugar à consistência pastosa e opaca da tinta, misturando-se com areia e outros materiais, enquanto que letras e números promovem uma alternativa para a profundidade na tela. Assim impregnadas de valores físicos e táteis,  as telas cubistas remetem diretamente à existência cotidiana. Tanto as colagens de Picasso quanto os papéis colados (papiers collés) de Braque, demonstram o interesse dos cubistas pelo quadro-objeto, conceito que se distingue da pintura alusiva à representação.

A segunda fase do Cubismo (1912/14), denominada Sintética, representada principalmente pelo artista Juan Gris, é mais sistemática e lógica do que a Analítica. Ao construir um plano racional, Gris parte de um espaço construído em duas dimensões (com um eixo vertical e horizontal), e nele insere partes de objetos pintados tridimensionalmente. Gris também adiciona matéria nos quadros, que muitas vezes fundem imagem e escrita. Ao contrário de Picasso e Braque, Gris faz uso da cor, simulando volumes que variam da abstração à representação.

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Cubismo.
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Picasso I.
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Picasso II.
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Picasso III.
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Retratos de Picasso.
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A colaboração de Picasso e Braque.
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Picasso e Braque – Inventando o Cubismo.
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George Braque – Análise de Naturezas-Mortas.
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George Braque – O Violão.
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Juan Gris.
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