Cinéticos e Op
A arte cinética (do grego kinesis) envolve a noção de movimento através de formas, cores e superfícies. No entanto, a ideia de movimento pode não ser inerente à obra, pois os efeitos produzidos por ela podem depender do manuseio ou do deslocamento do espectador. Ao criar um movimento virtual, óptico, a arte cinética eventualmente se confunde com a arte Op. Porém, a arte cinética dos anos 1950-60 é mais abrangente, refletindo os interesses pela tecnologia, já demonstrados no início do século XX pelos artistas Gabo, Pevsner, Tatlin e Moholy-Nagy,
As primeiras obras consideradas cinéticas são os móbiles de Alexander Calder, compostos por placas de metal articuladas e suspensas, agitando-se com o vento em várias direções. Outros exemplos de arte cinética são as esculturas produzidas pelo venezuelano Jesús Rafael Soto, constituídas por estruturas vibratórias, geralmente tridimensionais, que permitem a desmaterialização virtual dos elementos sólidos constituintes da obra. Por sua vez, as obras cinéticas de Cruz-Diez basicamente pictóricas, transformam formas e cores de acordo com o movimento do espectador.
A arte Op explora as ilusões de óptica produzidas pelas variações matemáticas das formas e dos contrastes das cores no plano. Fruto das pesquisas visuais praticadas pelos artistas Albers e Itten, na Bauhaus, e do rigor construtivo de Mondrian e de Malevitch, a Op explora os processos perceptivos do espectador, aproximando-se das teorias psicológicas da Gestalt e dos estudos da Fisiologia. Dos precursores impressionistas e pós-impressionistas (especialmente Seurat), a Op herda o sentido da mistura ótica que exige um afastamento do espectador para que a tela se configure.
O húngaro Victor Vasarely é o artista que mais influencia a Op, ao criar uma arte integrada à arquitetura e à coletividade urbana. Na Europa, a arte Op torna-se mais apreciada devido às origens que remetem à técnica tradicional do trompe l´oeil. Menos cotada nos Estados Unidos, a Op se aplica à moda, à decoração de interiores e às artes gráficas. Em destaque nesse país a artista Bridget Riley, produzindo obras em preto e branco que promovem surpreendentes efeitos ritmados e distorcidos nas telas.